Pular para o conteúdo principal

Os tipos de negócio que mais crescem hoje em dia



Dúvida do leitor: Quais os tipos de startups que mais crescem atualmente?
Respondido por Cristian Welsh Miguens, especialista em empreendedorismo
A primeira coisa que surgiu na minha cabeça ao ler a pergunta do leitor foi: por que alguém deseja saber quais os tipos de startups que mais crescem?
Surgiram então diversos questionamentos: será que há diferentes “tipos” de startups? Será que o leitor na verdade deseja saber quais os tipos de negócios que mais atraem os empreendedores hoje em dia?
Ou talvez ele deseje saber que negócios são os que o público mais demanda nos dias de hoje e então estejam gerando o maior volume de receitas?
A verdade é que o Brasil não se destaca por produzir estatísticas confiáveis sobre negócios. Se você pesquisar no Google “startups que mais crescem no Brasil” encontrará muitos artigos, com dados genéricos e poucas séries estatísticas. Diante destas limitações, como responder ao leitor?
Pois bem, meu enfoque será sobre os produtos que, acredito, apresentam as maiores oportunidades para os empreendedores.
Vivemos a era da informação (ou do conhecimento) que, em termos de negócios, significa fornecer serviços. Sob o ponto de vista da rentabilidade, empresas do setor de serviços apresentam os maiores índices de rentabilidade se comparadas com as dos setores agrícola e industrial e também são as que crescem mais, e mais rápido.
Qualquer um que prestar atenção ao seu entorno perceberá que as pessoas esperam por receber mais e novos serviços. E quase todos os serviços novos oferecidos envolvem o uso de dados e informações em massa e de tecnologia da informação (TI).
Os exemplos mais notáveis são Easy Taxi, Uber, sites de comércio eletrônico, de reservas de passagens e hotéis, etc.
Quais as características destes negócios?
1) Geram novos modelos de negócio;
2) Não estão regulamentados, portanto geram uma grande inquietação nos governos, sindicatos etc., ou seja no “establishment”;
3) Crescem muito rápido, tanto em volume como em receitas;
4) Usam intensivamente a tecnologia de informação, especialmente as que envolvem os dispositivos “mobile”;
5) São colaborativos, ou seja, o cliente participa das soluções.
O exemplo mais típico é o do Uber e sua briga com os taxistas.
Enquanto acompanhava pela imprensa os diferentes episódios em São Paulo e outras cidades do mundo, comecei a perceber que era uma briga inútil. Isso porque, em pouco tempo, quando o carro sem motorista se tornar uma coisa corriqueira -- o que vai acontecer logo -- nenhum dos dois modelos de negócio vai sobreviver.
Ou seja, o modelo de negócio dos táxis existe desde que o automóvel substituiu a carroça, há mais ou menos cem anos. O modelo de negócio do Uber vai durar menos de dez anos. Será que os empreendedores estão compreendendo isto?
Outras consequências disruptivas decorrentes da disseminação desse tipo de serviço se espalham pela sociedade e deverão afetar profundamente o comportamento das pessoas.
Recorrendo ainda ao exemplo dos serviços que envolvem o transporte individual e os efeitos associados: vocês já imaginaram que, com o carro sem motorista, associado à disponibilidade quase instantânea de um automóvel na porta da sua casa por meio de um Uber ou um Easy Taxi ou similar ninguém mais vai querer possuir um carro?
Quem vai precisar de ter uma garagem em casa? Como isso vai afetar a construção civil? E os impactos sobre o transporte coletivo atual?
E na área da saúde? O que vai acontecer quando todo cidadão possuir num pen-drive ou na memória do seu celular o mapeamento do seu DNA?
A prevenção será a tônica deste setor. Como será que isso vai afetar o funcionamento e a demanda dos hospitais? E a dos laboratórios que produzem e desenvolvem medicamentos?
Esse é o mundo que as novas startups devem encarar. As oportunidades são inúmeras. Entretanto, os desafios também. O empreendedor deve lembrar que, seja qual for o seu novo modelo de negócios, ele será superado em cada vez menos tempo.
Se ele não for capaz de se reinventar acompanhando o ritmo da inovação, ele também será superado em curto espaço de tempo. O desconhecido chega até nós cada vez mais rápido.
Cristian Welsh Miguens é professor do curso de negócios da Universidade Anhembi Morumbi.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Qual a melhor opção para as transportadoras: lucro presumido ou simples nacional

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGA TRIBUTAÇÃO LUCRO PRESUMIDO X SIMPLES NACIONAL O segmento do transporte rodoviário de carga esteve sempre numa condição diferenciada no que se refere a tributação e, o maior exemplo disto é a tributação pelo Lucro Presumido. Beneficiada com a mesma apuração do Lucro previsto para a indústria e o comércio quando estas são tributadas sobre 8% do seu faturamento, ao contrário do transporte rodoviário de passageiros que tem alíquota de 16%. Quanto à tributação pelo SIMPLES NACIONAL sempre foi discutível se seria vantajoso ou não optar por esta condição considerando que a Tabela III a qual está inserida não apresenta muitos benefícios pelas faixas de tributação. Com o advento da desoneração da folha (01/2014) praticamente a opção do SIMPLES NACIONAL se tornou inviável pois, somando todos impostos e contribuições do Lucro Presumido a tributação por este sistema é efetivamente mais favorável ao transportador. Lembramos que exis...

Nova solução da DHL eCommerce poderá impulsionar comércio eletrônico no Chile

A DHL Supply Chain, empresa líder mundial em distribuição e armazenagem, lança no Brasil seu primeiro Centro Multicliente de Packaging (embalamento secundário). Também conhecido como copacker, o embalamento secundário consiste na produção de uma embalagem suplementar de um produto, conjunto de produtos, com ou sem brindes, para fins promocionais ou de comunicação de forma geral. O Centro, o primeiro da DHL no Brasil com capacidade de atender vários clientes de diferentes mercados, irá desenvolver kits, fazer a prototipagem, gerenciar os itens envolvidos, montar, acondicionar em caixas e pallets para armazenagem e distribuição. Linhas de produção Inicialmente, são 7 linhas de produção com a capacidade de montar até 3 milhões de kits por mês, com flexibilidade para expansão no curto prazo. O Centro Multicliente de Packaging está localizado em Guarulhos, próximo ao Aeroporto Internacional, com uma área dedicada de 3,8 mil m², infraestrutura completa e capacidade de até 2,5 mil ...

Saiba o significado dos símbolos nas caixas de papelão

  As caixas de papelão são utilizadas diariamente em grande escala, em diversas empresas e distribuidoras, embalando e protegendo objetos que ficam dentro delas. Como normalmente não é possível saber o que existe dentro, a embalagem precisa indicar os cuidados que aquele item precisa ter. A primeira coisa que nos atentamos é o visual, aí que entra a importância dos símbolos nas caixas, que precisam ser impressos de forma bem visível para que as embalagens sejam tratadas de maneira adequada. Esses símbolos determinam o tipo de cuidado que é preciso ser depositado em determinada mercadoria. Com certeza você já viu um desses símbolos, ao menos de relance. Sabe o que significa cada uma das ilustrações? Não? Mas, aposto que agora surgiu uma certa curiosidade. Bom, as caixas de papelão têm impressos alguns símbolos que mostram a necessidade do cuidado na armazenagem e manuseio de acordo com os itens que estão dentro delas. Confira alguns signif...