Pular para o conteúdo principal

Fluxos Logísticos


A logística, longe da visão sistêmica, é comumente associada somente ao transporte, à movimentação e à estocagem de materiais. E o que mais vemos hoje nas rodovias pelo país afora é caminhões de transporte variados com os dizeres: “Logística X”. Logo, a associação (logística = transporte) parece proceder, certo? A resposta mais correta a essa afirmação seria; sim e não! Outros grandes braços da logística seriam a gestão da cadeia de suprimentos e das informações. Por exemplo: as informações são necessárias à quantidade e qualidade do que será produzido. Este braço é tão ou mais importante do que o transporte simples, afinal precisamos saber o que produzir, como produzi-lo sem desperdício e onde entregar todo esse produto. Sem informações, investimentos ou estoques, nada disso seria possível. Algo que não podemos esquecer é que o tempo todo devemos ter uma visão sistêmica dos processos e nela incluir os fluxos. Ver os processos como partes de um todo maior. E, eles mesmos compostos por elementos menores.

O que é Logística?

Vou aproveitar e apresentar a versão de outros. Na sua explicação sobre o que seria logística, o prof. Simonato (2011) apresenta várias teorias de outros autores, por exemplo:
“ Segundo Ballou (1993), a definição de logística é o tratamento das atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável.
Já Novaes (2001), define, em sua literatura, que o sistema logístico é o processo de planejar, programar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor.”
No entanto, ao final desse mesmo artigo, depois de muito explicar, o próprio autor define assim o que seria logística:
“ É a logística que movimenta o mundo e que faz as coisas acontecerem no universo empresarial. Como a existência de estruturas empresariais é à base da operação da logística, a lógica da necessidade de existência física de itens e produtos para a operação logística é consequência dela, ou seja, a logística depende da administração organizacional para existir e a administração organizacional depende da logística para operacionalizar essa existência.”

 O que são Fluxos Logísticos?

Nos dias de hoje, de negócios globais e distâncias virtuais, as empresas precisam ter respostas ágeis, rápidas e… acertadas. Principalmente quando a concorrência, neste mercado global, se encontra a três clicks de distância.
“Os acontecimentos históricos na economia mundial, particularmente o evento da globalização têm contribuído para tornar a Logística como sendo um dos processos fundamentais nos grandes empreendimentos; porém somente há poucos anos as organizações começaram a dar real importância a este processo facilitador, sendo atualmente considerada a última fronteira nas ações a serem tomadas visando a redução de custos de qualquer produto.” (ANDERSEN CONSULTING, 1997)
No anterior trecho do relatório da Andersen Consulting, a logística é apresentada como um processo fundamental nos grandes empreendimentos. Um facilitador e a última fronteira visando redução de custos de qualquer produto. Mas, fora os círculos acadêmicos e alguns usuários mais sensíveis ao que verdadeiramente seja uma visão sistêmica da logística, ela não passa de somente transporte, movimentação e estocagem de materiais. E o que mais vemos hoje nas rodovias pelo país afora é caminhões de transporte variados com os dizeres: “Logística Isto & Aquilo”.


Logo, a associação. logística = transporte, parece proceder, certo?A resposta mais correta a essa afirmação seria; sim e não.O transporte, apesar de ser uma das principais atividades da logística moderna, é além da mais cara, a mais evidente, não é a única. O transporte em si, grosso modo, é um dos dois maiores fluxos, do ponto de vista dos fornecedores para com os clientes, existentes na logística. 
 Mas, nem por isso se traduz na logística como um todo.
 Ele, em todas suas modalidades, é concebido como o fluxo de materiais. Visto que ele transporta insumos para transformação e produtos para consumo. Para alguns este é o fluxo que agrega valor. Como se os outros não existissem. 
Durante a Segunda Grande Guerra, foi constatado que o fluxo de informações corretas e oportunas era decisivo para atingir objetivos. A informação foi reconhecida, nos círculos estratégicos, como um dos bens intangíveis de maior valor. 
A informação era capaz de modular forças e, no fim, até decidir o conflito. Claro está que, não foram os estrategistas do G2 a receber as menções históricas. As informações corretas e oportunas são dos recursos mais valiosos da organização, pois elas podem aumentar a eficácia dos processos organizacionais. Elas servem tanto interna quanto externamente para aumentar a competitividade.

Depois disso, em tempo de paz e reconstrução, a mesma informação que poupava vidas era usada para decidir onde era necessário o depósito de alimentos ou material de construção com o menor custo de execução de manobras.

Depósitos de insumos enfim ao menor custo possível. Disto para a aplicação nas indústrias e na produção ou serviços, só mais um empurrãozinho. Dois na verdade. 
                     
A popularização dos computadores e as várias crises energéticas e econômicas mundiais sem esquecer os conflitos menores e as mudanças de mercados regionais fizeram com que fosse necessário encontrar formas cada vez mais econômicas de produzir e de satisfazer mercados cada vez mais exigentes e longe dos polos de produção.

Ainda, some-se ao anterior, a incipiente consciência da escassez de matéria prima mundial e as campanhas ecológicas de re-uso e crescente reciclagem, que modificam as formas de produzir, usar e descartar. Resultante desta última, a logística reversa, um novo viés à velhas práticas de uso e relacionamento produtor-cliente, se adiciona aos dois fluxos anteriores e fecha o ciclo de fluxos maiores na logística. Como vimos há, pelo menos, três fluxos logísticos definidos até o momento. Alguns autores, como o Simonato, ainda defendem a ideia de que há um quarto fluxo que seria o fluxo econômico. O fluxo de capitais que manteria os outros funcionando. Mas, isto é mais uma das características dos fluxos; eles são uma somatória de processos menores.

Poucas vezes poderiam ser definidos como um processo único de transporte, produção, serviço ou gestão. Ou mesmo de aporte econômico. Há muito da estratégia prévia organizacional que irá definir o quando, como e onde, esses fluxos hão de acontecer. Os fluxos acontecem em sequência e dependem uns dos outros para funcionar. Muito mais importante lembrar que são fluxos, sistemas abertos. E, como todo sistema aberto, ele sofre influências do meio-ambiente, estão em constante movimento, adaptação, evolução e mudança.


Podemos concluir, então, que fluxos logísticos são todos os processos, ou sequências de processos necessários para atingir um objetivo no menor espaço de tempo, com a maior competividade e o menor custo e desperdício.

Mas essa explicação pode mudar, de novo. Amanhã…

From Lionel C. Bethancourt  (2lcbetha@gmail.com)

Colabore também com a Altamira e tenha seu post publicado no site, com os devidos créditos!
Envie um email para webmarketing@altamira.com.br com um artigo (pequeno ou médio) e publicaremos em seguida.
Caso desejar, conecte-se à nós via LinkedIn e participe dos debates da Company Page!


COMENTÁRIO ENVIADO VIA LINKEDIN – Jefferson Silva

Precisamos mesmo desmistificar o conceito que a logística somente faz o transporte e quebrar as teorias que pregam que o processo não agrega valor. Muito pelo contrario, o processo logístico nasce desde o planejamento dos insumos até a entrega no ponto de uso final e precisa executar este com o menor custo de transporte,pessoas,maquinas e equipamento, armazenagem, inventários, sucatas, etc e posteriormente a transformação dos insumos em produtos acabados a logística entra novamente no circuito para receber e acondicionar os produtos acabados e posterior entrega nos clientes finais com o menor custo, conforme mencionado, e na logística reversa volta ao ciclo novamente.. Com isto percebemos que a logística esta presente no input e output da cadeia e todos esses processos precisam ser com o menor custo possível para não gerar impactos nos custos e nas despesas.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Nova solução da DHL eCommerce poderá impulsionar comércio eletrônico no Chile

A DHL Supply Chain, empresa líder mundial em distribuição e armazenagem, lança no Brasil seu primeiro Centro Multicliente de Packaging (embalamento secundário). Também conhecido como copacker, o embalamento secundário consiste na produção de uma embalagem suplementar de um produto, conjunto de produtos, com ou sem brindes, para fins promocionais ou de comunicação de forma geral. O Centro, o primeiro da DHL no Brasil com capacidade de atender vários clientes de diferentes mercados, irá desenvolver kits, fazer a prototipagem, gerenciar os itens envolvidos, montar, acondicionar em caixas e pallets para armazenagem e distribuição. Linhas de produção Inicialmente, são 7 linhas de produção com a capacidade de montar até 3 milhões de kits por mês, com flexibilidade para expansão no curto prazo. O Centro Multicliente de Packaging está localizado em Guarulhos, próximo ao Aeroporto Internacional, com uma área dedicada de 3,8 mil m², infraestrutura completa e capacidade de até 2,5 mil

41 concursos públicos pagam salários de até R$ 28,9 mil

São Paulo - Para quem quer seguir carreira pública, veja os concursos públicos com inscrições abertas. As oportunidades profissionais estão espalhadas por todas as regiões do país. Exército Há 67 vagas para o curso de formação de oficiais do quadro complementar e para o estágio de instrução e adaptação para o ingresso no quadro de capelães militares. Todas as oportunidades exigem nível superior. Para os curso de formação de oficiais há vagas para as áreas de administração, assistência social, ciências contábeis, direito, enfermagem, fisioterapia, fonoaudiologia, informática, nutrição, psicologia, terapia ocupacional e veterinária. Nesses casos, é preciso ter formação na área correspondente, ter no máximo 36 anos até 31 de dezembro do ano da matrícula e altura mínima de 1,60 m para homens e de 1,55 m para mulheres. Para as vagas de capelães militares, há 3 oportunidades para sacerdote católico e uma para pastos evangélico. Podem participar da seleção, candidatos com idades entre

Qual a melhor opção para as transportadoras: lucro presumido ou simples nacional

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGA TRIBUTAÇÃO LUCRO PRESUMIDO X SIMPLES NACIONAL O segmento do transporte rodoviário de carga esteve sempre numa condição diferenciada no que se refere a tributação e, o maior exemplo disto é a tributação pelo Lucro Presumido. Beneficiada com a mesma apuração do Lucro previsto para a indústria e o comércio quando estas são tributadas sobre 8% do seu faturamento, ao contrário do transporte rodoviário de passageiros que tem alíquota de 16%. Quanto à tributação pelo SIMPLES NACIONAL sempre foi discutível se seria vantajoso ou não optar por esta condição considerando que a Tabela III a qual está inserida não apresenta muitos benefícios pelas faixas de tributação. Com o advento da desoneração da folha (01/2014) praticamente a opção do SIMPLES NACIONAL se tornou inviável pois, somando todos impostos e contribuições do Lucro Presumido a tributação por este sistema é efetivamente mais favorável ao transportador. Lembramos que exis