Os Estados Unidos concluíram
neste mês a construção de seu primeiro parque eólico em mar aberto
(offshore). Comparado ao padrão mundial, o projeto da Block Island Wind
Farm é bem pequeno: suas cinco turbinas vão gerar energia para 17 mil
casas. A título de comparação, o maior parque gerador de energia eólica offshore do mundo — o London Array, no Reino Unido — produz energia suficiente para quase meio milhão de casas por ano com suas 175 turbinas .
Apesar de modesto, o projeto americano é um marco em um país que costuma
torcer o nariz para a expansão das fronteira eólica além mar. Parte da
explicação é econômica: no contexto americano, as instalações offshore
são bem mais dispendiosas do que as que se localizam em terra (onshore) e
do que outras fontes, como o gás de xisto.
Em contrapartida os ventos costeiros são mais fortes, o que torna a
produção offshore vantajosa nessas condições, indo ao encontro da
almejada transição energética necessária para o país reduzir suas emissões de gases perigosos no meio ambiente. Além disso, para determinados locais, usinas offshore podem, até mesmo, ser mais atraentes em termos de custo.
É o caso de Block Island, destino turístico localizado a 20 quilômetros
do estado americano de Rhode Island. Antes de abrir as portas para o
projeto eólico, a ilha não tinha qualquer ligação elétrica com o sistema
de produção e transmissão de energia elétrica do país, sendo
inteiramente dependente da importação de combustíveis poluentes e caros,
como o diesel, para produzir eletricidade.
Juntos, as cinco turbinas da fazenda eólica terão uma capacidade de 30
MW, e quando elas começarem a girar, dentro de dois meses, deverão
fornecer energia suficiente para suprir até nove vezes a demanda da
ilha. De quebra, o projeto conecta a rede de energia local com o resto
do país, dando aos moradores uma fonte mais confiável.
Pelos cálculos do governo local, a fazenda eólica deverá garantir aos
moradores uma economia de 40% nas contas de energia, além de reduzir as
emissões de dióxido de carbono em 40.000 toneladas por ano.
Através de um contrato de energia, a empresa Deepwater Wind,
desenvolvedora do projeto, não só fornecerá energia para os residentes e
turistas sazonais da ilha, mas enviará a maior parte para o estado de
Rhode Island.
O apoio político por parte das autoridades locais e da sociedade foi
determinante para o sucesso da empreitada. Já o financiamento inicial
para o projeto de US$ 300 milhões veio de uma empresa de investimento
com sede em Nova York, o Shaw Group DE.
Longe do mar, em terra, o país instalou mais de 50 mil turbinas eólicas
nos últimos 20 anos, que suprem, atualmente, 5% da demanda de energia
americana
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