Pesquisadores coletaram dados sobre condições de 102 mil km de estradas
no país para a edição anual da Confederação com estudo sobre estradas
Em julho pesquisadores saíram a campo para coletar dados sobre as condições de 102 mil quilômetros de estradas no país para a edição anual da Confederação Nacional do Transporte (CNT).
O resultado deverá ser divulgado em outubro. “Estamos muito
pessimistas. A expectativa é de uma piora generalizada das condições de
tráfego”, diz o presidente da confederação Clésio Andrade. “O investimento público em rodovias é decrescente e o programa de concessões não avança”, afirma o dirigente.
O orçamento autorizado pela União para investimentos em rodovias
em 2016 é de R$ 6,62 bilhões, mas, até junho, R$ 4,24 bilhões foram
usados para quitar contas referentes ao exercício orçamentário do ano
anterior e apenas R$ 319,5 milhões, ou 4,8% do orçamento total, foram
destinados ao pagamento de obras contratadas neste ano.
Segundo José Alberto Pereira Ribeiro, presidente da Associação Nacional de Empresas de Obras Rodoviárias (Aneor), são necessários gastos anuais de R$ 8 bilhões apenas para fazer a manutenção da malha rodoviária federal.
A realização de obras novas, já contratadas, demanda outros R$ 10
bilhões anuais. “Com o orçamento reduzido, hoje empregamos 25% do
pessoal mobilizado em 2014”, diz Ribeiro. Naquele ano, os gastos da
União com rodovias foram de R$ 9 bilhões. Em 2015 os recursos somaram R$ 5,95 bilhões.
A queda do investimento já havia reduzido a qualidade das rodovias em 2015. A pesquisa da CNT
do ano passado identificou uma alta de 13,1% no total de pontos
críticos nas estradas, aqueles que podem trazer graves riscos à
segurança dos usuários, e concluiu que 57,3% da malha viária do país
apresentava em 2015 deficiência no pavimento, sinalização ou na
geometria, trazendo problemas para a segurança e o desempenho dos
veículos.
Segundo estudo da CNT, caminhões que transitam em
pavimentos inadequados gastam, em média, 5% mais combustível e emitem
mais poluentes. Em 2015, a confederação estima em R$ 2,10 bilhões os
prejuízos gerados pelo consumo desnecessário de 749 milhões de litros de
diesel.
Andrade diz que a produtividade dos veículos que trafegam por vias
inadequadas é menor. "Calculamos que 30% do custo dos fretes são
consequência da má qualidade das estradas".
Fonte: Valor Econômico
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