Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda
A crise econômica tem forçado as empresas a reavaliarem seus gastos
com transportes e com a movimentação e armazenagem de materiais. E agora
estão fazendo isso de uma forma mais organizada... ou, pelo menos
tentando fazer!
BID é a palavra de moda na logística. BID vem do inglês, e
traduzindo para o português prático, significa ofertar, fazer um lance,
licitar.
BIDAR é o verbo em destaque. Está na boca de todo profissional de
logística e compras. BIDAR significa reduzir custos, pressionando uma
transportadora (ou um Operador Logístico) contra a outra, quando deveria
ser apenas parte de um processo estruturado de seleção de um parceiro
logístico.
BID já era algo familiar para os Operadores Logísticos, mas não para as Transportadoras.
Até algum tempo atrás as cotações de fretes fluíam de forma mais
simples, muitas vezes respondidas no próprio e-mail. Agora não. Você
precisa participar de workshops, ler longos editais, se atentar a
detalhes cruciais (muitas vezes fora da realidade) e responder às
cotações em prazo recorde! E acredite: não termina aí! Algumas empresas
instituíram ainda a interminável prática de rodadas (ou rounds) de
negociação, onde, a cada sessão, um novo preço é perseguido.
Tem até empresas que definem previamente o próprio preço do serviço
a ser prestado pela sua empresa. Ou seja, ou você aceita de antemão, ou
cai fora! E o pior...tem Transportadora que aceita!
Você acha que chegamos ao fundo do poço? Não...tem mais! Ainda
exigem uma lista extensa de requerimentos e obrigações de mão única, em
um verdadeiro jogo ganha-perde. Eles ganham e você que aceitou, perde!
Isso é certo!
E quando a crise acabar e o Brasil retornar à normalidade? Esses
Embarcadores conseguirão manter essas Transportadoras submetidas a
preços e condições operacionais humilhantes?
Se você está disposto a jogar esse jogo, prepare-se adequadamente.
Primeiro, avalie se vale a pena ou não participar do edital de
concorrência. Se achar que não, manifeste formalmente a sua recusa,
agradecendo o convite e colocando-se à disposição para eventuais
contatos.
Responder aos BIDs custa caro, pois envolve muita gente, e gente
cara. Se optar por seguir em frente, tenha claro, mas muito claro, qual o
limite da loucura que está disposto a fazer. E se o limite for superado
(provavelmente vai), saiba dizer NÃO! E tome o cuidado de não concordar
com tudo; pondere o que de fato é procedente e possível de ser feito.
Não se comprometa com aquilo que sabe que não vai cumprir.
E é claro, continue reforçando a atuação da sua equipe de vendas,
pois felizmente a grande maioria das empresas embarcadoras ainda não
embarcou nessa jogada “suicida”! E nem embarcará! Tem gente boa e séria
no mercado.
Tomara que essa forma de BIDAR seja apenas mais um daqueles modismos passageiros. E que passe logo!
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