São Paulo – Você deixaria seu filho abandonar o ensino médio para abrir um negócio? Essa é justamente a decisão que os pais do estudante australiano Ben Pasternak têm de tomar atualmente.
No ano passado, um acontecimento mudou a vida do jovem para sempre: ele e o colega Austin Valleskey criaram um aplicativo enquanto estavam entediados em uma aula de Ciências. O jogo, chamado Impossible Rush (“Corrida Impossível”), já foi baixado 1,2 milhão de vezes.
Com o sucesso do aplicativo, Pasternak foi selecionado no fim de 2015 para ir ao Vale do Silício, onde visitou o Facebook e onde o Google e o MIT organizavam o chamado Hackaton Generation Y. Esse encontro reuniu 450 estudantes do ensino médio de todo o mundo para criar produtos em 36 horas.
O australiano foi um dos apenas 20 estrangeiros selecionados para participar do hackaton, e viajou com os pais para os Estados Unidos. “Pasternak é um jovem empreendedor e evidentemente ambicioso, mostrando ao mundo que a idade é apenas um número”, contou ao site Mashable Michael Matias, organizador do hackaton.
Decisão difícil
Tão ambicioso que voltar para o ensino médio é a última das suas preocupações. Seus pais são totalmente contra ele abandonar os estudos, ainda que apoiem seus projetos. “Ben é agora um desistente do ensino médio, o que não era o que eu esperava”, conta o pai, Mark, também ao Mashable. “Eu tenho dois bacharelados em arquitetura e um mestrado, e minha esposa também completou o ensino superior, então essa não era nossa expectativa.”
No fim, eles deixaram que Pasternak passasse mais um tempo nos Estados Unidos para desenvolver sua nova ideia, mas com uma condição: ele deveria conseguir os fundos para o projeto por conta própria.
Foi exatamente isso que o jovem fez. Os fundos Binary Capital e Greylock lideraram um investimento, de valor não revelado, no novo projeto do estudante. Na semana passada, ele lançou o aplicativo Flogg, inspirado pelas dificuldades que seus colegas em Sydney, na Austrália, tinham para comprar e vender produtos pelo Facebook.
O Flogg facilita essas transações, usando a rede de contatos que o usuário já possui no Facebook. Os itens são vistos por localização e é possível rejeitá-los ou favoritá-los com um movimento do dedo para a direita, como ocorre no app de relacionamentos Tinder. “Com sorte, daqui a 10 ou 20 anos terei minha própria Apple”, diz ao Heavy.com.
Motivos
Hoje, o Pasternak de 16 anos vive em Nova York e cuida da sua startup, enquanto a família permanece em Sydney. Mesmo com toda essa determinação, o objetivo do jovem não parece ser o dinheiro que vem em consequência do sucesso.
Ele vendeu sua primeira invenção, o Impossible Rush, para o amigo Carlos Fajardo, que havia cuidado de publicidade do jogo, por apenas 200 dólares. “Minha maior motivação é saber que meus aplicativos fazem a vida dos outros ser mais fácil e simples, nem que seja um pouco. Não há sentimento melhor do que ver pessoas usando suas criações”, contou o empreendedor ao Mashable.
"Se eu tiver um plano B, é como dizer meu primeiro plano falhou. Eu não recomendo que todo mudo deveria abandonar a escola e começar uma empresa, mas, se você estiver focado em apps e ver algum sucesso, nada o impede de fazer como eu fiz."
Fonte: http://exame.abril.com.br/pme/noticias/jovem-de-16-anos-abandona-a-escola-para-ser-empreendedor
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