Pular para o conteúdo principal

Para CNI, acordo marítimo em vigor entre Brasil e Chile reduz concorrência

Setor privado pede aos governos revisão do tratado bilateral. O documento, de 1974, prevê que somente navios com bandeiras brasileira e chilena podem atuar entre os dois países, limitando integração regional

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defende que, durante a visita oficial da presidente Dilma Rousseff ao Palácio de La Moneda, nesta sexta-feira (26), os dois governos decidam revisar o Convênio entre Brasil e Chile sobre Transportes Marítimos e estabeleçam um cronograma para abrir o mercado de frete marítimo. O acordo, de 1974, prevê reserva de cotas de transporte para navios brasileiros e chilenos no comércio marítimo entre os dois países.

Atualmente, do total de mercadorias brasileiras exportadas para o Chile, 54,44% usam modal marítimo e 69,19% das importações de produtos chilenos chegam ao Brasil pelo mar. “A maior parte do comércio com o Chile ocorre pela via marítima. As regras atuais inibem a concorrência e não favorecem a integração econômica nem a formação de cadeias globais de valor. Esse convênio precisa ser atualizado para que os exportadores tenham condições mais competitivas”, diz o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi.

Na prática, um navio chinês, por exemplo, com destino ao porto de Valparaiso, no Chile, não pode carregar mercadorias brasileiras para o porto chileno mesmo que passe antes pelo porto de Santos, no Brasil. Essa limitação reduz a concorrência, torna o frete mais caro e mais demorado. A rota entre Brasil e Peru, que possui uma distância maior que a rota entre Brasil e Chile, chega a ser 42% mais barata por não estar sujeita a reserva de mercado. Além da elevação dos custos, o sistema criado pelo acordo resulta em longos prazos de entrega das mercadorias, que podem passar de 30 dias.

O acordo marítimo prevê que, em alguns casos, quando não houver armadores disponíveis de bandeiras brasileira ou chilena, as empresas poderão solicitar autorização prévia para utilizar os serviços de outras bandeiras preferencialmente dos países da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi). No entanto, essa exceção tem que ser autorizada pelos governos, o que acarreta mais uma burocracia nos processos de comercio exterior.

Por Adriana Nicacio
Foto: José Paulo Lacerda
Da Agência CNI de Notícias 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Qual a melhor opção para as transportadoras: lucro presumido ou simples nacional

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGA TRIBUTAÇÃO LUCRO PRESUMIDO X SIMPLES NACIONAL O segmento do transporte rodoviário de carga esteve sempre numa condição diferenciada no que se refere a tributação e, o maior exemplo disto é a tributação pelo Lucro Presumido. Beneficiada com a mesma apuração do Lucro previsto para a indústria e o comércio quando estas são tributadas sobre 8% do seu faturamento, ao contrário do transporte rodoviário de passageiros que tem alíquota de 16%. Quanto à tributação pelo SIMPLES NACIONAL sempre foi discutível se seria vantajoso ou não optar por esta condição considerando que a Tabela III a qual está inserida não apresenta muitos benefícios pelas faixas de tributação. Com o advento da desoneração da folha (01/2014) praticamente a opção do SIMPLES NACIONAL se tornou inviável pois, somando todos impostos e contribuições do Lucro Presumido a tributação por este sistema é efetivamente mais favorável ao transportador. Lembramos que exis...

Nova solução da DHL eCommerce poderá impulsionar comércio eletrônico no Chile

A DHL Supply Chain, empresa líder mundial em distribuição e armazenagem, lança no Brasil seu primeiro Centro Multicliente de Packaging (embalamento secundário). Também conhecido como copacker, o embalamento secundário consiste na produção de uma embalagem suplementar de um produto, conjunto de produtos, com ou sem brindes, para fins promocionais ou de comunicação de forma geral. O Centro, o primeiro da DHL no Brasil com capacidade de atender vários clientes de diferentes mercados, irá desenvolver kits, fazer a prototipagem, gerenciar os itens envolvidos, montar, acondicionar em caixas e pallets para armazenagem e distribuição. Linhas de produção Inicialmente, são 7 linhas de produção com a capacidade de montar até 3 milhões de kits por mês, com flexibilidade para expansão no curto prazo. O Centro Multicliente de Packaging está localizado em Guarulhos, próximo ao Aeroporto Internacional, com uma área dedicada de 3,8 mil m², infraestrutura completa e capacidade de até 2,5 mil ...

Saiba o significado dos símbolos nas caixas de papelão

  As caixas de papelão são utilizadas diariamente em grande escala, em diversas empresas e distribuidoras, embalando e protegendo objetos que ficam dentro delas. Como normalmente não é possível saber o que existe dentro, a embalagem precisa indicar os cuidados que aquele item precisa ter. A primeira coisa que nos atentamos é o visual, aí que entra a importância dos símbolos nas caixas, que precisam ser impressos de forma bem visível para que as embalagens sejam tratadas de maneira adequada. Esses símbolos determinam o tipo de cuidado que é preciso ser depositado em determinada mercadoria. Com certeza você já viu um desses símbolos, ao menos de relance. Sabe o que significa cada uma das ilustrações? Não? Mas, aposto que agora surgiu uma certa curiosidade. Bom, as caixas de papelão têm impressos alguns símbolos que mostram a necessidade do cuidado na armazenagem e manuseio de acordo com os itens que estão dentro delas. Confira alguns signif...