O Aeroporto Internacional de Viracopos recebeu no dia 15 de fevereiro uma força-tarefa de fiscais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com o objetivo de compensar o déficit de funcionários que na época gerava um atraso de aproximadamente 65 dias na liberação de itens armazenados em câmaras frigoríficas, entre eles, os insumos farmacêuticos. Mas, mesmo com o reforço da Agência o caos na liberação continua, e hoje chega a 71 dias.
E o problema está longe de ser resolvido, pois se antes a dificuldade era a falta de servidores, o entrave agora é que a equipe de seis novos agentes não trabalha diretamente na liberação de cargas, ou seja, o reforço foi feito com funcionários que não atuam na função, contribuindo ainda mais para insatisfação dos usuários do terminal.
Sendo assim, a equipe não está preparada e ainda não possui agilidade necessária para dar vazão ao grande volume de mercadorias paradas nas câmaras frigoríficas e contêineres refrigerados que foram alugados pela Aeroportos Brasil Viracopos para armazenar mercadorias acumuladas.
Para os despachantes aduaneiros e importadores, o fato de a Anvisa enviar para Campinas funcionários que não são especializados em análise de cargas na área de alfândega mostra o descaso do órgão com o aeroporto.
“O acúmulo de mercadorias chegou a tal nível que, para reduzir sobrecargas nos equipamentos e evitar a operação acima da capacidade de armazenamento, a concessionária foi forçada a locar, emergencialmente, contêineres frigoríficos para garantir a refrigeração das mercadorias”, disse o assessor de Assuntos Institucionais de Viracopos, Carlos Alberto Alcântara.
“O acúmulo de mercadorias chegou a tal nível que, para reduzir sobrecargas nos equipamentos e evitar a operação acima da capacidade de armazenamento, a concessionária foi forçada a locar, emergencialmente, contêineres frigoríficos para garantir a refrigeração das mercadorias”, disse o assessor de Assuntos Institucionais de Viracopos, Carlos Alberto Alcântara.
Ele afirmou ainda que é inadmissível uma carga que leva 12 horas para sair do destino e chegar por via aérea em Viracopos fique mais de 60 dias parada à espera de fiscalização da Anvisa.
Desta forma, as empresas estão buscando outros aeroportos como alternativa. Recentemente a Anvisa fez uma força-tarefa em Guarulhos e o prazo caiu para cinco dias, o Porto de Santos também recebeu reforço e o período de avaliação é rápido.
Em outubro de 2015, uma outra força-tarefa formada por cinco fiscais da Anvisa reduziu de 40 dias para dois dias a liberação de cargas, em um curto prazo, em apenas 15 dias. O atual grupo de fiscais que está no aeroporto desde o dia 15, não conseguiu reduzir o prazo, o que torna a situação mais do que emergente.
Para o diretor regional do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Estado de São Paulo (Sindasp), Elson Ferreira Isayama, afirmou que um grupo de entidades, empresários, políticos está formulando um documento para pressionar a direção da Anvisa a tomar providências que realmente acabem com essa situação de emergência da liberação de mercadorias. “A força-tarefa atual, infelizmente não auxiliou na agilização dos prazos de liberação das cargas”, disse.
Luiz Antônio Guimarães, diretor executivo da agência GR1000, lembra que no mês de outubro aconteceu um encontro da Região Metropolitana de Campinas, pautado pelo deputado federal, Luiz Lauro Filho, onde estiveram presentes vários representantes do setor e, durante o encontro, muito se falou e nada, efetivamente em sustentabilidade foi feito. “ Vamos de soluço em soluço e a RMC sofre as consequências”, destacou.
Guimarães completou ainda que um dos principais equipamentos logístico do país está inoperante. “Essa inoperância é pela falta de liderança, força e de uma atuação mais firme do setor. “ Não podemos brincar nos negócios. A soma de investimentos de todos os lados é muito grande, é tempo de planejar e implementar, finalizou.
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