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3 lições do Vale do Silício para criar empresas de sucesso


Vale do Silício poderia facilmente ter sido batizado de Vale da Fairchild. Entenda por quê.
A história do Vale do Silício oferece um exemplo importante para outras cidades e regiões que desejam criar polos de scale-ups (termo que designa as empresas de alto crescimento). Confira alguns aprendizados abaixo.
Lição 1: Empresas extraordinárias podem se desenvolver em locais improváveis e desafiadores.

Durante o desenvolvimento da indústria dos chips de computadores nos anos 1950, a Bay Area (região metropolitana ao redor de São Francisco, nos EUA) não possuía o dinheiro, o talento e a pesquisa necessários para a instalação de companhias de transistores, como as que foram criadas.
Em comparação com outras grandes cidades como Boston e Nova Iorque, a região estava seis anos atrasada no desenvolvimento de companhias de chips para computadores. Apesar destes desafios, oito empreendedores ambiciosos conseguiram lançar, com sucesso, uma startup de chips naquela região. Esta companhia, a Fairchild Semiconductor, acabou por tornar-se a segunda maior empresa de chips para computadores do mundo.
Lição 2: Poucos empreendedores podem causar um grande impacto.
Após o sucesso inicial, os oito cofundadores da Fairchild Semiconductor influenciaram, em apenas 12 anos, a criação de 31 spin-off, que são novas empresas criadas a partir de uma outra já existente. Quando um jornalista local escreveu o artigo que cunhou o nome “Vale do Silício” para descrever o sucesso das startups de chips na Bay Area, quase todas às quais ele se referiu foram criadas pela rede de ex-empreendedores e funcionários da Fairchild.
Esse padrão se estende até os dias de hoje. Quase 70% das empresas de capital aberto do Vale estão ligadas à Fairchild. Essas 94 companhias empregam 800 mil pessoas e têm um valor combinado de mais de USD 2.8 trilhões (mais de R$ 7 trilhões).
Lição 3: Existe um plano que gestores públicos podem usar para acelerar o sucesso.
Os criadores da Fairchild fomentaram o crescimento do Vale do Silício seguindo os quatro passos do Ciclo de Aceleração do Empreendedorismo: sonho grande, crescimento, comprometimento e reinvestimento.
Passo 1: Sonho Grande. Indústrias de alto crescimento precisam de empreendedores que sonhem grande, que busquem construir e expandir empresas na sua região em favor da qualidade de vida e do desejo de crescimento. Os empreendedores responsáveis pela Fairchild moravam na Bay Area e escolheram permanecer ali em parte por conta da alta qualidade de vida da região.
Passo 2: Crescimento. Para alcançar um crescimento significativo as companhias devem ter acesso a talentos, financiamentos e consumidores. Apesar dos empreenderes da Fairchild terem tido dificuldades para alcançar esses recursos, eles foram capazes de obter esses elementos-chave para o crescimento com a ajuda de Arthur Rock, um investidor de Nova Iorque.
Passo 3: Comprometimento. Os empreendedores devem ter o desejo de permanecer em suas regiões e de compartilhar seus recursos com a próxima geração de empreendedores. Os cocriadores da Fairchild demonstram isso quando eles escolhem apoiar outros negócios crescentes.
Passo 4: Reinvestimento. Criadores de companhias de sucesso reinvestem em outros empreendedores e empresas. Olhando para trás é fácil ver como isso foi importante para o desenvolvimento do Vale. Os empreendedores na Fairchild demonstraram as diferentes formas de como isso pode acontecer. Eles inspiraram funcionários a começarem startups e lançaram suas próprias spinoffs, como a Amelco e a Intel. Eles atuaram como investidores no primeiro fundo de capital de risco da Baía de São Francisco e em empresas como a AMD. Também foram mentores para outros empreendedores de chips para computadores da região. Essas ações ajudaram uma nova geração de companhias ambiciosas surgidas do sucesso da Fairchild a criar o autêntico “Vale do Silício”, e a fomentar sucessos futuros na comunidade local.
Para baixar nosso resumo completo da história do vale do silício, clique aqui.
A pesquisa nesta coluna foi apresentada recentemente em um artigo do site TechCrunh, e pode ser acessada aqui.
Texto originalmente publicado no site da Endeavor.

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