Respondido por Ricardo Fasti, especialista em inovação
Por que toda empresa deve inovar pelo bem da economia? Esta é uma pergunta intrigante, pois nenhum empreendedor inicia sua atividade pensando no bem da economia, seja porque não é uma questão candente no momento em que o foco é fazer com que a empresa se firme, além do que esta é uma questão macroeconômica na esfera de políticas públicas.
Mas uma empresa que inova cria impactos na economia? A resposta é sim, pois gera mais emprego, consumo, arrecadação de impostos e taxas, lucro, investimento e, assim, o ciclo se retroalimenta e expande. Ou seja, uma empresa bem sucedida em sua inovação começa a impactar seu entorno econômico de imediato e, na medida em que se expande, pode se tornar um agente expressivo na arena econômica.
O Facebook, por exemplo, começou em um dormitório universitário e hoje emprega milhares de pessoas, impacta a economia mundial pelas mudanças comportamentais que promove e pelo valor de mercado que possui. Certamente o Mark Zuckerberg não iniciou o Facebook pensando no bem da economia. Ele estava, como a maior parte dos empreendedores, focado em inventar um negócio lucrativo: beneficiar a economia não foi o indutor primordial da criação dessa empresa.
Lembremos que inovação é um direcionador da dinâmica competitiva e, portanto, motor do sistema econômico. Decorre que se várias empresas em um mesmo setor inovam, mesmo que em momentos distintos, serão gerados benefícios econômicos associados à redução de custo, aumento de margem, de vendas, fidelização de consumidores, emprego e por aí segue. O mesmo raciocínio se aplica se a inovação ocorre ao longo de cadeias de valor.
O governo, por meio do FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) e de agências estaduais de fomento a pesquisa, possui mecanismos de incentivo à inovação para o pequeno e médio empresário. Como inovação é pauta de políticas públicas, esses mecanismos de financiamento funcionam como indução para setores, ou seja, para que o maior número possível de empresas qualificáveis aos programas inove. A economia então se beneficia.
Individualmente, o empresário não está preocupado em inovar para o bem da economia em sua totalidade, mas, assumindo que a dinâmica competitiva estimule as empresas a inovarem, em conjunto haverá progresso técnico e econômico com benefícios para o sistema de forma geral.
Enfim, inovar impacta positivamente a economia. Um empreendedor isoladamente não coloca a economia em sua agenda, mas a lógica competitiva promove um ganho coletivo para a economia. Então, inove, para que seu negócio cresça e a economia agradecerá.
Ricardo Fasti é Diretor de Desenvolvimento de Negócios da BSP - Business School São Paulo.
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